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O lugar da mulher

  • Foto do escritor: Carolina de Souza Sampaio
    Carolina de Souza Sampaio
  • 24 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de abr.

A leitura de um livro nomeado "quando deus era mulher", me abriu horizontes no modo de compreender as relações de gênero. O livro conta histórias de sociedades matriarcais as quais não acessamos nas escolas e pouco conhecemos. Mas por que ler sobre sociedades matriarcais que viveram há milênios tem implicações em como vivemos hoje?


Entender que a separação de gênero na história foi produzida por lutas e divisões sociais de poder, nos permite compreender que o lugar social destinado as mulheres hoje é resultado de processos de dominação.


Encontrar esta história apagada do nosso ensino mostra que nem sempre na humanidade a figura da mulher foi subjugada ou diminuída. Quando compreendemos que "deus já foi mulher" em muitas civilizações, fica claro como a sociedade já foi dominada e dirigida por mulheres em funções de poder. A forma como uma sociedade configura as suas religiões e ritos está associada ao status social que é dado a esses membros. As sociedades que representavam as deidades como figuras femininas, eram sociedades em que mulheres estavam nos espaços de poder e eram também símbolos desse poder associado ao âmbito religioso.


Saber desse passado, evidencia que não há nada "natural ou biológico" que privilegie um lugar subjugado para mulheres, como muitas ideologias tentam fazer crer. Ao contrário, se ilumina a noção de que o lugar hostil destinado a mulheres é resultado de uma história de dominação social, plena em estratégias e símbolos para manter divisões sociais e privilégios a alguns grupos humanos.


Acredito que resgatar essas histórias, bem como celebrar figuras femininas na nossa cultura contribui para o resgate da autoestima da mulher enquanto ser capaz, completo e múltiplo. Muito dos adoecimentos que encontramos na clínica está associado as relações de gênero: crenças de incapacidade, inadequação e idealizações sobre performances que estão entranhadas nas representações que nos acessam no desenvolvimento. Parte da iniciativa em retomar um lugar social digno e justo para as mulheres, surge do reconhecimento da nossa potência e autenticidade em existir. Releituras da história, da arte e as manifestações culturais podem somar muitíssimo nesse processo.


"Na antiga sociedade matriarcal, as mulheres eram vistas como portadoras da vida e da sabedoria, não apenas como mães, mas como líderes espirituais e comunitárias"

Merlin Stone



 
 

Psicóloga Carolina Sampaio | CRP 03/18064

(75) 991318801 | carolinasampaiopsi@gmail.com

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